A cor da solidão

Nos meus tempos de Liceu um dos hobbies que tinha era escrever, principalmente poesia. Hábito que fui perdendo e que se extinguiu completamente após o meu casamento e o nascimento dos meus dois filhos. A poesia reentrou tão rápido na minha vida como tinha saído. Agora sei que ela não desapareceu de mim, só esteve adormecida e bem guardada na minha alma à espera que eu a fosse acordar e foi o que aconteceu após o falecimento do meu marido. O gosto pela escrita regressou e hoje posso dizer que não consigo viver sem escrever. É mais um dos meus vícios. A tristeza, a solidão e as saudades colocaram-me novamente a caneta na mão e não mais parei! Sentia-me bem a escrever, apesar de ser doloroso, era a maneira que eu tinha arranjado para o sentir mais perto de mim e assim atenuar um pouco a dor. A minha escrita vem da alma, sai pura e verdadeira, sem filtros porque eu escrevo com o coração. Os poemas foram nascendo e nasceu um novo objetivo, a edição deste meu primeiro livro, em memória do meu marido que tanto amei. Quero agradecer a todos que me têm acompanhado neste percurso e que nunca me faltaram com apoio e incentivo. A quem não conhece a minha escrita, espero que agrade. Alice Cunha