Detalhes
Jorge Neto de Melo fez da nostalgia uma substância literária. Com incursões pela sua memória relativa a factos vivenciados por si em Angola, dá-nos com pormenor espaços, tempos e relações sociais que, de quando em quando, ouvimos contar na primeira pessoa. Quase sempre, tudo muito vago. E este trabalho tem o mérito de reunir ambientes diversos capazes de tecerem uma ideia mais cabal daquilo que seria o quotidiano dos portugueses no grande continente africano. Não se duvida que este livro vai fazer emergir saudades de todos aqueles que o conheceram, especialmente pela voz de um segundo narrador, cuja função é descrever com minúcia espaços físicos e mentais. […] um romance cujo instinto da voz merece ser o espelho de todos aqueles que se cansaram de mordaças. Mais uma obra da qual, autor e leitores, se podem regozijar.
Luísa Monteiro