Detalhes
«A notícia sobre a primeira manifestação colectiva da doença chegou aos ouvidos de
quem manda. A epidemia ainda incipiente passou pelo grande porto, enquanto mais à frente
poderia descarregar toda a sua virulência. Mal sabiam que alguns dos seus descendentes
iriam provar, uns anos mais tarde, o que tinham conseguido evitar a custo. Esse aziago
acontecimento traria, se fosse aqui narrado, mais indigestões do que as previstas. Falemos
apenas do incontornável. Um recontro penoso e terrível no baço lugarejo ainda por
aniquilar, a escassas cinco milhas a sul da grande Aemona, na bela região istriense.
(…)
Meronima, encoberta pelos anos e pela occidiante peste fora descoberta por uma
especialista da época. Por outro acaso, da mesma data eram aqueles objectos encontrados
pelo meu pai na sua propriedade, e a cerca de cinquenta milhas de distância. Os últimos
vestígios da povoação, coincidiam cronologicamente com os da casa incendiada, a cruz, os
manuscritos, e o resto ... Tudo debaixo dos nossos olhos.
A cruz, é mais uma prova da pujança cristã no mundo romano e do dealbar duma
nova era escorada nessa nova religião que se soube espraiar pelos quatro cantos do Império.
O ferro que a compunha provinha da zona e os resquícios de madeira, duma árvore comum
no sul da Ilíria. Um artefacto singular da história do cristianismo por aquelas paragens.»