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O fenómeno tunantino representa no Portugal estudantil de entre 1888-1914 a emergência da juventude enquanto entidade sócio-cultural autónoma face aos estádios clássicos da meninice e da adultez.
Fenómeno oitocentista de dimensão internacional, a tuna estudantil inscreve-se no imaginário popular português e deixa as suas marcas na cultura oral, no património musical e na identidade visual. Sobre as ruínas dos regimes autoritários ibéricos erguem-se os alicerces de um novo modelo de ensino superior massificado.
A tuna estudantil da idade clássica, própria de estabelecimentos de elites, perde-se pelo caminho ou é radicalmente reconfigurada e democratizada do ponto de vista da sua radicação geográfica e identidade visual. As tunas à espanhola, a Estudantina Universitária de Coimbra, a TUP e alguns conjuntos típicos urbanos constituem paradigmas irresistíveis pelos quais se moldam as emergentes e proliferantes agremiações que animam o crepúsculo do século XX.