Detalhes
para o Ricardo …
O Ricardo é de Monsaraz.
Como se usa dizer, “de alma e coração”.
Ser ou bem-conhecer Monsaraz
é Saber profundo. Pesado
de um Passado distante,
rude e austero,
feito de Idealismo sublime
e violência manifestada.
Força que emana de cada pedra,
no doloroso Silêncio das suas muralhas…
Ser ou bem-conhecer Monsaraz,
é estar atento: à Vida que foi,
à Vida que É.
Saber sentir as várias dimensões
do Tempo,
projectadas na grandeza panorâmica
dos seus campos, onde a vista se perde
fora e dentro de nós…
Ser e conhecer Monsaraz,
é guardar plasmada nos olhos
e nos sentidos a imensidão
da sua paisagem. Rubra e intensa,
quando ao cair da tarde o Sol
desaparece no Horizonte
e súbito acorda em cada um
uma memória difusa de Eternidade!
Indefinida nostalgia, amarga e doce,
de algo que se sabe e se esqueceu…
Em Monsaraz todos somos Poetas…
Todos sentimos, frente à sua majestosa
e humilde Presença,
a dor e a grandeza da Humanidade.
A Fé profunda e as Ilusões dos Homens,
a sua Sabedoria e ignorância,
os abismos nocturnos onde se afundam
e os êxtases que os transcendem!
Tudo o que sempre foi este País,
mais que qualquer outro.
Obrigada Ricardo. Por seres de Monsaraz,
por tão-bem-sentires os seus poetas
e a sua Poesia,
por também seres poeta,
por viveres, e fazeres “acontecer”,
a Alma portuguesa.
Maria Flávia de Monsaraz, in 3 gerações, uma Alma - Linhagem familiar
Estoril, 23 Dezembro 2013