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Fardados de lama

À Morte de uma Donzela

Visão rápida

"Está morta!
Todos sabem que está morta
a pobre Donzela.
Tão pura, tão bela ...

Ai! Pobres dos Amantes,
pobres dos Amados,
que na morte ficam unidos,
mas da Vida, para sempre
separados!"

Detalhes

Da Verdade da Alma … E alevanta-se na linha do horizonte da Alma do leitor uma poética tormenta! Morte, dor-de-Amor, separação! Essa traição de Némesis, a que, a Vida, nos chamará um dia, a todos e cada um, como Condição de Nascença. Mui Nobres são os vassalos da Morte. Que ainda, sem coragem, a tem que servir! Coroa-de-Louros, glória-de-Poetas, heróis e ascetas! Somos nós os seus vassalos! Nós somos seus Heróis! Deus assim o quis! E nós assim o fomos, somos e seremos pela História … Não é à hora da morte que se aprende a morrer, é em Vida! De experiência em experiência, de momento em momento! Estamos a isto “condenados”! E que pura condenação. Imenso processo de sublimação do Espirito na matéria – difícil, porém, inspirador! Projecto Maior, a ascensão da Vida na matéria! A ascenção à nossa verdadeira identidade: não do corpo! Mas da Alma! E o Amor?!! Esse tronco de Raízes tão Eternas, capaz de nos trazer à memória do Coração, quem somos em Essência, neste Mundo sem Alma!!! Onde?! Onde?! … Nobre virtude a que a Paz interior sempre nos chama em íntima partilha, d’um olhar em outro olhar, d’uma boca noutra boca, d’um corpo noutro corpo! Espelho límpido e profundo, quando noutro Ser, revejo o meu próprio Ser, e juntos, somos esse Todo, Eterno e imortal. Encontro ou reencontro, que importa?! É Amor!... Mas quando difuso, o Espelho se parte, porque a Morte com seu punho o quebrou, resta nada que ficou, partes dilaceradas que fazem de nós, um sonho que gelou! Morto que a Morte em nós matou! E depois? Que sobrou?! Morte, desamor, dor-de-Amor, separação … um imenso vendaval, Eterna desilusão! Ai do Coração! Pobre Coração! Um verso sem reverso, poema sem palavras, um auto-de-Saudade, um teatro, Divina Comédia, uma Ópera … dor-que-gera-dor, intima, contida, expressa por um actor, num palco d’ilusões! E que frias-ilusões!!! Tão frias! Tão geladas! É a morte do artista! Ele acaba-se na Obra e fica morto em Vida! Porque antes já morrera! A Obra é seu túmulo, seu jazigo, seu caixão … é aí que sepulta toda a dor da sua ilusão! É assim, à Morte de uma Donzela! Uma eterna despedida! Voz terna e doce que emudece no silêncio da Terra, olhos pesados e carentes, corpo puro e inocente que à Vida diz Adeus! Uma jovem que leva à Terra seus encantos. Terra que afectuosamente a recebe, recolhendo-a em seus braços. É um mágico momento, um imenso reencontro. Da terra vimos, à terra voltaremos! Seremos pó que torna ao pó! É fatal! E seu corpo frágil é plantado na solidão d’um prado a que se chama cemitério… E em seu torno, há dor e sofrimento. É a Ode! A essência desta Ópera! E tantos que a vão a sepultar em lúgubres caminhos, pensando que, para sempre, a vão perder naquele instante. E como Eles desejariam que aquele instante fosse Eterno. Mas o eterno não existe na matéria! É da Alma, e essa, sempre parte! Mas regressa! É Eterna! E há Coros, muitos Coros pelo espaço! Mudam-se os compassos, de Vivace a Allegro, de Allegro a Moderato, depois Andante, Adagio, Largo … e não pára … não pára! Porque a Vida sempre continua num eterno vir-a-Ser! Palco onde Morte e Renascimento sempre se entrelaçam! Morrer e Renascer para tornar a Morrer e voltar a Renascer é próprio de tudo o que respira e existe na Matéria! E a Donzela?! Tão casta, tão pura, tão bela. Tão bela, tão doce, tão afável. Aonde irá?! Pura e inocente, delicada e terna. Agora, lívida, tão fria, pálida, distante … tantos que a vão a sepultar! E até Eu repouso o meu olhar nas águas doces e tranquilas do seu semblante sereno que m’inspira Paz! Não são águas salgadas! São águas Cristalinas! Águas de melancolia! A serenidade do seu rosto e a nobreza do seu perfil tornam-na digna dos mais profundos recitais – affectuoso, cantabile, dolce, com amore … e imagino, no veludo do seu rosto, meus tristes lábios a deslizar num eterno beijo. E sinto um perfume inebriante, invade-me uma ardência, e num abraço apertado, mergulho o seu semblante na minha dor, intima tristeza, meu pranto de temor, de incerteza e insegurança! Para onde?! Tão nova?! Que dor!!! E vejo-a descer à cova. Que pavor! Mas sinto-me inteiro neste momento, tão singelo! E porque o Amor sempre vence a Morte, tudo o que acaba sempre recomeça! Nascer, crescer e morrer … e assim eternamente, e assim eternamente … Ricardo Louro no Estoril

Informação Adicional

Nome do Autor 1 Ricardo Louro
Nome do Autor 2 Ricardo Louro
Editor Não
Tipo de Papel Branco 80 gr.
Formato 120x210
Tipo de Impressão Preto e Branco
Tipo de Encardenação Capa Mole
Número de Páginas 97